segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Odeio odiar o Natal.


Eu odeio Natal. Pode ser agressivo, mas é a verdade. Essas luzes, corais, músicas, árvores e enfeites me corroem o juízo; ceia, presentes e o "clima" de natal são praticamente meus maiores inimigos.

Já que estamos na proximidade do dia fatídico, eu estive pensando no porquê disso e desde quando eu me sinto assim. Cheguei a conclusão que não foi sempre assim, é óbvio que eu fui uma criança normal que enxergava magia e esperança no Natal e em algum momento não identificado pela minha memória isso acabou. O decorrer dos anos restou em mim que a data natalina é sinônimo de reunião familiar, primos desconhecidos e tias falando sobre a comida. Foi aí que eu suspeito que tudo começou. Minha família se resume na minha mãe e eu, e isso não equivale a minha concepção da festividade - chegamos na parte que do ódio sobre o Natal.

Há muito tempo na véspera de Natal eu fico em casa, de pijama e com sono, assistindo especial de Natal da Xuxa e o que mais passar na TV, resumindo meu Natal não tem significado especial nem ao menos capitalista, por que nem presentes eu espero ganhar.

A verdade é que eu adoraria gostar do Natal e de ter esperanças sobre ele. Na forma de compensação eu prometo anualmente a mim mesma que meus filhos vão gostar da data, entendendo o significado e tendo esperanças sobre ele, e quem sabe até amar o Natal.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Manhã n° 6935

Eu sempre tenho temas bem delimitados, mas especialmente hoje que eu acordei um ano mais velha, eu quero escrever sobre as inúmeras coisas que passam pelo meu coração. Eu sei que meus posts sao sempre melosos, sentimentais, mas eu não posso fazer nada se minha essência não é nada mais que isso.

Um dia em que a saudade de casa apertou, e que os votos de felicitações verdadeiros e irrelevantes chegam a torto e a direito, mas principalmente um dia que eu, particulamente, fico reflexiva, e mais que tudo admiro o quanto Deus fez na minha vida, o quanto eu tenho pessoas importantes ao meu redor, o quanto existem pessoas realmente essenciais. Mais do que receber votos de felicidade, eu sempre espero receber "os votos " de poucas pessoas em particular, na verdade aquelas que realmente importam, saber que pessoas torcem , e admiram algo em você às vezes é bom.

Eu nem queria falar muito sobre o dia de hoje, e como é estranho fazer 19 anos, mas parece inevitável. Diferentemente se todos os anos , hoje eu estou longe de casa , e da maioria dos amigos, mas é incrível como eles conseguem parecer estar pertinho , e como eles conseguem me fazer chorar com facilidade. Especialmente neste ano, eu parei pra pensar com todo o meu coração como Deus é bom pra mim, e sempre me alcança com a providência de cada detalhe da minha vida, e mesmo que alguém que leia não acredite, eu digo que Ele nunca me deixou faltar nada, e que principalmente me cerca de amor sempre.

Cada dificuldade, cada sonho que parece impossível, cada desanimo , Ele sempre me dá alguém que me ampare, e sempre me faz perceber que os meus sonhos, são os sonhos Dele pra mim, que meu coração não deve estremecer, porque Ele ta cuidando de tudo. Esse texto pode ta meio confuso, mas é exatamente como meu coração tá agora, com uma confusão de sentimentos, e com a certeza que cada coisa da minha vida Deus cuida , e sempre cuidou.

Um dia de sentir saudades, de sentir conforto, de se sentir feliz acima de tudo por mais um ano de vida, e que não é a toa que eu cheguei até aqui, e que meu caminho ainda é longo. Muitas manhãs de 18 de novembro ainda virão.


Hellen Priscila.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

De alguém que fugia ...



Ela amava incomumente. Ela amava intensamente, ela era intensa. Ela amava o seu destino com tudo que podia, mas fugia dele com tudo que restava. Ela era pequena, franzina, frágil, seu coração mal cabia dentro dela, tamanha pequenez. Ela procurava ser feliz, procurava distração. Ela amava a distração, não tanto quanto o destino. O destino tava longe, e haviam tantas estradas difíceis. Ela sempre fugia perpendicular, por entre as árvores nos arredores, quando ela estava prestes a esquecer do seu destino, ela dava um passo e lá estava outra estrada na direção dele. Ela era obrigada a seguir, não tinha mais opção. Ela não podia voltar, o caminho pra trás era um abismo sem fim, ela não podia. Ela amava o seu destino com tudo que podia, e fugia com tudo que restava. Eram milhares de estradas confusas, meandricas, infinitas, dolorosas até, e todas terminavam graciosamente no mesmo lugar. O destino. Era inútil fugir, ela sabia. Mas ela tentava acreditar que teria outra saída. Ela alternava entre a distração, e o caminho. Por vezes ela achou que tinha se livrado do que lhe era guardado, mas la estava de todo a estrada ladrilhada. Tinham uns atalhos, mas estes eram difíceis, sua pequenez jamais suportaria. Ela amava a distração. Ela amava muitas coisas. E odiava algumas. O destino desprezava sua fragilidade e ainda era duro e cruel com ela. Ela fugia dele. A distração era mais simples. Ela tentava não reparar nas outras que tentavam chegar no seu destino, muito mais fortes e rápidas. Ela não entendia. E entendia, que nenhuma jamais amaria o destino como ela. Mas ela ficava triste por muitas vezes, porque elas chegavam mais rápido que ela ? Ela nunca chegaria ? Ela não entendia. Ela adoraria desistir. Não era possível voltar, apenas ir. No fundo ela sabia que o destino precisava dela tanto ou mais que ela dele. A dificuldade a tornaria forte, e capaz de aguentar o aconteceria quando ela chegasse lá. Alguma recompensa teria. Ela sabia. Ela acreditava. Ela temia. Ela chorava. Nenhuma que chegasse lá, seria como ela. E se ela nunca chegasse, ainda sim, ela seria a mais importante que andou por aquelas estradas. Ela amava o destino com tudo que podia. Fugia. Com tudo que restava. Nunca haveria caminhos diferentes. Apenas distrações.

Hellen Priscila

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Conversa [in]consciente

- A culpa é tua ! - uma voz bem conhecida, alterada, e ouvia-se passos estressados.
- Será ? - quase o mesmo timbre de voz, mas bem calma como de alguém que acabara de acordar.
- Claro! É sempre tão chata, sem paciência,é grossa até sem perceber ! - os passos aceleravam.
- Ah qual é ? Todo mundo é um pouco assim, eu até que sou bem legal.
- Legal ?Legal ?- agora a voz subira duas oitavas - E tá aí sozinha né ? Que simpatia ! Ninguém te suporta, teus amigos se acostumaram e mal tem opção.
- Faz parte ser chata, eu sempre fui assim, relaxa.
- FAZ PARTE ? - agora com certeza alguém apareceria pra reclamar dos gritos a essa hora - Faz parte também ser carente, grossa, impaciente, desleixada, agoniada, ansiosa, quase masoquista? Porque tu adora ir onde tu sabe que vai se machucar. Ah, acorda ! Se preocupa mais contigo mesma, segue um pouco os conselhos que tu tanto dá, pronto. Nem pra isso tu serve.
- Mas eu não consigo ! - e agora essa voz também estava alterada pelo menos uma oitava acima - tanto é, que eu to aqui discutindo com você ao invés de tá dormindo. Será que se eu tiver um ataque cardíaco você morre também querida?
- Hmmmm, que amável ! Tá vendo só, até comigo você é brutinha - agora os passos pararam.
- Era só o que faltava, eu precisar ser gentil e usar meias palavras comigo mesma, ou o que quer que você seja.
- Ok. Mas vê se quando tu acordar tenta parar de ser tão burrinha, né amiga? Porque vai entender, aguenta tanta coisa calada e se magoa e estressa por pouca coisa. Estranha.
- EU NÃO ME ESTRESSO POR POUCA COISA ! - eram quase berros - Só às vezes. E eu nem guardo tanta magoa assim. - uma voz agora quase doce.
- Anrram ! E eu não sei né ? Sai dessa, vai querer mentir pra mamãe aqui agora ? Eu sei de tudo que passa ai dentro, esqueceu ? Até os piores pensamentos querida.
- Ok. Você venceu. Eu sou uma anta, faço tudo errado sempre. - e era possível ouvir uns soluços de inicio de choro, bem discretos.

Pausa. E recomeçaram os passos.

- Ah vai, não precisa tanto, às vezes tu da umas dentro.
- Não precisa colocar panos quentes agora ! Eu já entendi que eu sou uma retardada que merece mesmo é ficar sozinha pra aprender! - e agora os soluços nem eram mais discretos.
- Você vai achar alguém pra você. Todo mundo acha, certo ?
- Todo mundo, não eu.
- Tá bom ! - os passos cessaram abruptamente agora - Já discutimos suficiente por essa noite, agora acorda, quem sabe amanhã eu volte.

Tic-tac, tic-tac.03:47 am.

Eu adoraria ter conversado mais comigo mesma, minha "consciência" vestida de anjo. Um anjo bem fashion por sinal, vestido preto como um anjo da morte talvez, ou talvez ela curtia um pretinho básico mesmo.




Hellen Priscila

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Equilibrista


Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...

Asas!
A esperança equilibrista

Sabe que o show

De todo artista

Tem que continuar..


O bêbado e a equilibrista - João Bosco




É como a vida.
Ultimamente eu tenho reparado que é preciso ser uma equilibrista pra levar a vida, sorrindo e sabendo que pode cair e se machucar de verdade. Mas que graça teria se não fosse o perigo ?

Ela espera mais do que aplausos, ela espera a sensação dentro dela mesma de 'missão cumprida', de saber que ela caiu várias vezes, mas que agora ela tinha acumulado experiência e conseguira chegar ao fim com graça, e ganhou aplausos mesmo que não fosse o mais importante.

Eu não sei a dos outros, mas a minha vida tem sido como de uma equilibrista. De um lado a obrigação, os estudos, o compromisso, do outro os amigos, a familia, o lazer. O medo. Não de cair, mas do depois de cair, e ter que começar tudo de novo, e se eu tivesse quase conseguindo ?
Quase , não é conseguir.

Imagina o esforço dela, e mesmo assim ta com um sorrisão no rosto, e uma graciosidade incrível.
Os meus esforços diários não podem ser comparados assim, não tem nível. Mas o exemplo pode ser tomado.Nem sempre eu tenho um sorriso estampado na cara, logo eu odeio hipocrisia se eu não to feliz pra quê eu vou sorrir? Mas não sorrir pras pessoas ou ser legal sempre, é diferente de machucar as pessoas. Eu sei que eu machuco, quase sempre sem querer.

Manter o equilíbrio em tudo é uma tarefa dantesca ( adoro essa palavra).

Ps: Se eu machuquei alguém, em algum momento da vida, por favor me desculpe.

Hellen Priscila

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bússola

Dizem que o coração é como uma bússola. É certo que cada um tem a sua própria e tem a opção de seguir pra onde ela aponta, ou não.
Dizem que o arrepender-ser é digno, se junto com ele existirem as boas lembranças.

Eu não posso falar por ninguém, só por mim e pelas minhas convicções; então eu estive pensando que às vezes o caminho certo é pra onde a bússola interna aponta, sempre. Mas, às vezes é melhor dar umas voltas mais longas , conhecer outros caminhos, talvez o caminho mais curto o coração não esteja completamente preparado, decerto ele é um órgão frágil que carrega sentimentos intensos o bastante para se quebrar em caminhos curtos, mas os caminhos longos dão o tempo certo para que ele se reconstrua e seja novinho em folha.


O caminho trás muitas amarguras, mágoas, arrependimentos, mas no fim ele sempre vai ser o mais adequado , de acordo com o que cada um é, foi e fez.
O arrependimento por exemplo é uma coisa tão estranha. Eu por exemplo me arrependo e "desarrapendo" com muita facilidade, eu não sei se é bom ou ruim, mas me faz em alguns momentos da vida tomar decisões sérias, com retorno a longo prazo, ou apenas uma quietação interna.Essas decisões pra mim, são o caminho longo, porque meu pobre coração ainda não aguenta a movimentação do caminho mais curto.

De todo modo, o coração sempre vai ser a bússola dos meus dias.

Por mais que uma paisagem esteja coberta por construções civis, por baixo sempre haverão raízes de belas flores.

Hellen Priscila

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

(im)Paciência

Paciência é uma virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, de qualquer hora ou em qualquer lugar.


Quisera eu ter de sobra tal virtude.

Paciência é algo que muito me falta, nas rela
ções diárias e principalmente familiares; ademais em outras eu mesma me surpreendo com a paciência de Jó pra aturar certas coisas.
É bem relativo, mas eu não consigo esconder minhas emoções, ou talvez consiga; é aquela velha história '' quem não me conhece que me compre''.

Exercitar a paciência é uma boa atividade, eu não sou um bom exemplo, mas as poucas vezes que controlei minha impaciência rederam bons frutos. Escrever é um bom exemplo disso; agora por sinal eu to escrevendo pra evitar de gritar e quebrar umas prateleiras, e quando eu terminar eu vou estar melhor ( eu acho ).

Logo, eu também acho que impaciência e ansiedade andam juntos, assim controlar a ansiedade talvez já renda boas coisas na sua relação com sua paciência.
E mesmo se existirem pessoas que sempre se controlam, eu sou a favor que elas se descontrolem vez ou outra, faz bem pra si mesmo perder um pouco o controle, quando se toma ele de novo com certeza vai estar bem melhor.

Ps.: Me sinto melhor.

Hellen Priscila